19 de set. de 2012

Nerdice: RPG segundo Adnet

A dificuldade de sentar à mesa

Depois de algumas semanas sem conseguir reunir os meus jogadores, venho divagar neste blog solitário sobre a dificuldade não só minha, mas de todo rpgista que envelhece e que deseja conciliar o RPG com a vida capitalista: A dificuldade de sentar à mesa de jogo.


Quando se é jovem, na época de colégio mesmo, qualquer espirro é um ensejo para se jogar RPG. Até aqueles garotos que não tem o menor cacoete nerd para o jogo sentam-se para jogar vez ou outra (eles pensam: não estou fazendo nada mesmo...). Normal, pois quando se é jovem, se experimenta muita coisa até se descobrir o que realmente te faz feliz.

Passado um tempo, alguns (pois convenhamos, nem todos são lindos e desejados como meus jogadores! kkkkkk) destes nerds espinhentos começam a sair de dentro do banheiro e vão a festas e, eventualmente, a namorar. Alguns jovens que só jogavam por jogar, sentem vergonha de dizer que jogavam quando menores por não desejarem o título nerd. A partir daqui só os rpgistas de verdade mantêm o desejo de jogar, mas o nó começa a apertar...

Mais algum tempo se passa e o RPG ganha outros concorrentes: filhos, contas a pagar, a preguiça....

E ai, como fica o jogo, como ficam as reuniões?

Eu jogo RPG desde meus 11 anos e quem me apresentou foi meu primo Leonardo. O fi duma mãe mestrou a primeira e não quis mais mestrar. Desejando continuar a jogar, comecei a mestrar e nunca mais me senti bem fazendo outro papel no jogo.

Na época de colégio tive uns pequenos grupos com colegas e com parentes, mas os anos passaram e nenhuma campanha conseguiu vingar. Alguns dos colegas eu nem tenho mais contato, infelizmente... por outro lado, me orgulho de dizer que a amizade com o Tiago e com o Leo vem desde essa época, sem contar que meus amados irmãos sempre foram meus melhores e maiores fregueses rpgísticos! =)

Os meus jogadores, posso afirmar seguramente, são verdadeiros rpgistas. Estão jogando porque realmente gostam de rolar dados e imaginar um meio de sair do buraco em que os meti, e não por falta do que fazer ou "modinha". Mas nem isso impede-nos de tantos contratempos e cada reunião é mais difícil de acontecer que o Palmeiras permanecer na 1ª DIvisão esse ano...


Como resolver o dilema então? Bem, essa pergunta de um milhão de dólares XPs nem eu sei.... imagino que o bom senso e o verme devam regular a intensidade dos encontros. Já vi marmanjo de 25 anos virando a noite jogando e já mestrei durante a aula (minha mãe que não leia isso...). Ou seja, tudo depende do DESEJO de jogar. Se os jogadores não tem tesão, não adianta nem baixar as calças (será que essa comparação foi correta???)

Conheço uma galera que joga até hoje, é o grupo de amigos do meu querido mentor Leo (que não é o Bola). Um deles, o nosso querido Jorge (criador do Erik e idealizador da antiga Maltávia), é casado, tem filho e uma vida totalmente atarefada, mas nunca deixa de arranjar um tempinho para jogar com os seus. Outro exemplo é Gary Gigax e seu grupo, que serviu de base para a criação de D&D. Sendo assim, porque não conseguiríamos?

Depende apenas de nós mesmos!

Então, vamos jogar sábado? =)))