O vento frio e o céu nublado do
lado de fora da montanha de Bjerg Dvellum acusavam que o outono chegava.
Thaurus e Varda, acostumados com o frio, nada sentiram, mas o restante dos
aventureiros cruzaram os braços ao sentir o vento gelado.
A base da montanha é deixada para
trás e logo um desfiladeiro grande se apresenta ao grupo. Este desfiladeiro de
cerca de 30 metros de altura acaba em uma praia do Mar Setentrional e
representa um grande desafio para os aventureiros que não tem experiência em
escalar. A ladina Kaladhiel amarra uns aos outros a descida guiada é iniciada
por Thaurus e Varda, os mais experientes nestas situações.
O pobre mago Eliphas é o primeiro
a descer, amarrado no kuddur bárbaro. Os primeiros dez metros são vencidos sem
problemas, mas quando chegava na metade do caminho, ele escorrega e fica preso
a Thaurus, que consegue estabilizá-lo e descê-lo.
Ao olhar para o mar, o grupo
percebe um gigantesco vulto dentro das águas a serpentear próximo ao navio
naufragado que se encontra ao sul da costa. O que quer que seja, é muito grande
e parece ter sido culpado pela derrocada daquela embarcação.
Varda e Misa descem em seguida,
depois Tor e Kaladhiel e Zarah desce sozinho. Enquanto Tor descia, Thaurus olha
para cima e resolve voltar para buscar Kenzo. Assim sendo, todos estão na praia
e olham para o navio naufragado e o acampamento dos sobreviventes.
A grande criatura marinha então
ataca os marinheiros náufragos que recolhiam destroços, mantimentos e tesouros
da embarcação. O acampamento improvisado entra em polvorosa e o grupo de
aventureiros, querendo criar conexão com os atacados, entra em combate também.
Thaurus entra em Fúria e faz com sua espada bastarda um grande talho na
criatura. Golpe suficiente para fazer com que ela recuasse para alto mar.
Kenzo pede para falar com o líder
dos marujos e o imediato Kenpaul apresenta-se e chama-os para conversar em sua
tenda. Ele conta que a sua frota estava trazendo “mercadorias” de Alkor para
Brookenstone e foi atacada por aquela criatura. Seu navio conseguiu fugir do
ataque e deixou o restante da frota para trás, mas a criatura os encontrou e
desejava terminar o “serviço”. O naufrágio ocorreu em algum lugar a extremo
oeste de Maedar Antiga, após a cordilheira anã.
Tor Morgan se intrometeu após
Kenzo falar que desejava regressar a Maltávia e se apresentou como herdeiro da
regência de Northcreek Dragon. Kenpaul então assumiu ser um Mercador de Homens
e ofereceu uma das tendas ao grupo, que foi logo recambiado para lá enquanto
Tor continuava a conversar acaloradamente com o imediato escravagista.
Assentados, todos adormecem e
depois de um tempo Eliphas é acordado por Mitt. Kaladhiel já estava acordada e
o guarda que os vigiava, desmaiado ou morto. Mitt então explica que Tor estava
preso e que todos deviam ir embora daquele local, pois seriam provavelmente
assassinados ou feitos prisioneiros. Decidiram então ir até a tenda que Tor
estava preso e Eliphas lançou a magia de Sono em todos os vigias. A elfa ladina
abriu a cela e ela e o mago resgataram o lorde brookenstoniano enquanto o elfo
negro, que parecia ter mudado para Zarah, cortava o pescoço dos guardas
adormecidos. De volta a tenda dos aventureiros, Kaladhiel e Eliphas acordam
todos e percebem que o elfo negro colocara fogo na outra tenda! O caos se
instaura no acampamento e os oito aventureiros fogem enquanto lutam com os
marujos.
Durante a batalha, ouve-se o soar
de uma trombeta. Imediatamente guerreiros negros que cercavam o acampamento se
envolvem no combate ajudando os aventureiros.
Vencido o confronto, os negros
conhecidos como Dotan falam com o grupo através do pouco conhecimento de paquír
de Eliphas e do líder negro. Ele disse que buscava o grupo e que devia levá-lo
com eles até um local chamado Soyouigê.
Thaurus e companhia decidem
seguir com os dotan e entram em suas canoas feitas de papiro. Eles remam para o
sul pela costa da praia até chegarem em uma região acidentada. Lá outros dotan
esperavam em frente a uma grande rocha com uma fenda no meio. Os pequenos
barcos passaram por dentro desta fenda e algo surreal aconteceu: todos perderam
a noção de tempo e espaço. Sentiam-se sugados e pareceram entrar em um túnel
que saia em uma praia paradisíaca.
Quase todos passam mal na viagem
dimensional e acordaram horas depois em uma rede dentro de uma oca. O mormaço,
o sol quente e o som de pessoas cantando músicas estranhas em uma língua
desconhecida mostravam que eles estavam em um local totalmente diferente, árido
e desconhecido.
Quando os oito se reestabeleceram,
receberam de um velho senhor que se chamava Babaluawê um líquido amarelado e
foram levados à tenda principal do vilarejo.
Lá eles encontraram o líder
daquele local sentado abaixo de um esqueleto de um dragão jovem e ao centro de
dois pedestais. Aquele líder dotan tinha em torno de 1,90m, pleição atlética
apesar de não estar mais no vigor da juventude e olhos cor de mel atrás de um
crânio rachado que servia de elmo e máscara. Suas cicatrizes demonstram ser um combatente
experimentado. Ele estava vestido com peles de répteis e ornamentos feitos de
ossos, metais e outros objetos que denotavam sua importância. Seu nome era
Oshummaê.
Oshum já parecia esperar os oito
aventureiros e os denomina “Predestinados”. Ele olha para todos, pergunta de
onde eles vêm e para onde vão.
Kenzo diz que vêm de Bjerg
Dvellum e que ainda decidirão o que fazer. O dotan diz que seu mestre morto
estava esperando contato e que ele deveria urgentemente procurar seus conselhos
através da meditação.
Ao olhar para Thaurus, ele diz
que, de fato, ele parece muito com o pai. O bárbaro se desconcerta e pergunta
quem é. Oshummaê dá um sorriso e diz: “Tudo ao seu tempo”.
O líder negro parece sentir falta
do elfo ranger Faramil e pergunta:
-Onde está o elfo?
Kaladhiel diz com os olhos
embargados que ele morrera e Kenzo diz, mas eu estou em posse do seu
pergaminho.
-A morte do elfo é um estorvo,
mas a presença de sua irmã faz com que a profecia continue seu fluxo. Saibam,
entretanto, que o Caçador continua no seu encalço e vai continuar até que
consiga alcança-los.
-Caçador? O que você quer dizer? -Pergunta
Misa.
-Caçador é o responsável pela
chacina dos Náilo, da morte de Mifune, dos Lobos de Ferro e do seu mestre,
Thaurus. Faruk não é o único responsável pela morte de Petri. Ele foi apenas o
meio.
Oshummaê entrega ao grupo o
segundo pergaminho e chama uma antiga companheira de Eliphas: a elfa ranger
Alessa.
O mago e a elfa se abraçam e
começam a conversar. Desde que ele saiu do grupo que não tem notícia de Alessa,
Timko e Kelton.
Enquanto isso, o líder dotan
pergunta se algum deles trouxera o ovo.
-Que ovo? -Todos perguntam.
Ele aponta para um dos pedestais
que tinha um estranho objeto oval rubro-negro. O objeto parecia bastante em
tamanho e formato com o objeto que eles recuperaram na caverna decristal.
-O ovo de dragão.
Então todos olham para Zarah, que
involuntariamente colocara as mãos para trás como que protegesse o ovo que se
encontrava em seu alforje.
-Entregue-o ao mago e deixe-o
sentir o poder.
Eliphas pega o ovo e sente-o
pulsar.
-Não se preocupem. Ele se chocará
apenas quando for a hora e irá ao socorro de vocês.