A morte da criatura fez com que a luz mórbida que preenchia
a caverna esmaecesse até acabar. Para enxergar, os guerreiros acenderam algumas
tochas e o anão que os acompanhava, Anoor, o Grande, foi procurar a saída.
Enquanto isso, Kenzo decide cortar a cabeça do monstro e queimar
os corpos restantes. Tor, Misa e Kaladhiel observam que Falut Morgan não
resistiu aos ferimentos e preparavam uma maca para transportar o corpo do nobre
falecido.
Após incendiar os corpos, Kenzo tem a brilhante ideia de
vasculhar sozinho as ruínas da caverna. No fundo, ele encontra o que parece ser
um antigo castelo anão destruído e decide entrar em busca de tesouros. Para
quem está do lado de dentro no escuro, a entrada de Kenzo com uma tocha é como
se um elefante rosa com uma melancia no pescoço entrasse pelo portão principal.
Os trogloditas, que a muito tempo estavam escondidos naquele território e se
alimentavam de carne podre dos mortos-vivos capturados, animaram-se com carne
fresca.
A sorte do samuai trapalhão foi que o bárbaro Thaurus o
seguiu e impediu que os lagartos, ao envenenarem Kenzo, o levassem para o
centro do alojamento troglodita. Como sempre, o martelo do kuddur naturalizado
mjolnir destroçou quem encontrava pela frente.
O que os dois não sabiam era que os trogloditas, quando
ameaçados ou irritados, soltam gases tóxicos que causam enjoo e mal-estar num
raio de nove metros. Thaurus passara mal e não conseguia salvar Kenzo que, além
de também passar mal, estava paralisado pelo veneno troglodita.
A sorte do samurai trapalhão e do bárbaro enjoado foi Mitt
Connor ter seguido os dois. O elfo negro, entretanto, também não resistiu ao
gás e ficou sem ter o que fazer. Para a sorte dos três, logo Kaladhiel, Eliphas
e Anoor chegaram e conseguiram salvar todos.
Sem mais distrações, os nove aventureiros sobem até a parede
que dividia a antiga cidade anã e Thaurus, recuperado do mal-estar, abre
passagem. O grupo é recebido com festa e Thaurus, se vingando da besteira feita
por Kenzo, pega a cabeça cortada do inimigo que se encontrava na algibeira do
seu companheiro de Lobos de Ferro e mostra ao rei anão, tomando para si a
glória e os aplausos que o zeniano esperava receber. Neste momento, percebe-se
uma lágrima rolar pelo rosto paralisado do coitado samurai.
A baixa do grupo não passou despercebida pelo rei, que
decreta o seu funeral no dia seguinte. Seria cremado nas forjas imperiais como
se fosse um anão nobre e suas cinzas seriam alojadas em uma furna de ouro que o
irmão levaria até sua terra natal. Antes, todavia, era momento de comemorar!
Os aventureiros se recolhem e se recuperam para então, irem à festa. Misa e Tor choram a morte de Falut, Walker e o seu discípulo Eliphas se reúnem e trocam ideias, Varda e Kaladhiel assistem o movimento e se alimentam enquanto Kenzo, Thaurus e Zarah vislumbram as oportunidades que a bebedeira generalizada lhes propiciam. O ranger escolhe as anãs mais embriagadas e as seduz. Thaurus se aproxima de Varda e logo a puxa para um embate físico-sedutório que acaba por paralisar a festa. Enquanto os mjolnir “dançam”, Kenzo se aproxima de Kaladhiel.
-Kaladhiel, eu precisava te contar uma coisa. Eu conversei
com Faramil sobre você.
-Foi? Sobre o que?
-Sobre o seu futuro. Sobre o nosso futuro.
Kaladhiel acaba por soltar o que estava represado em seu
subconsciente e começa a beber enquanto Kenzo apenas guia a elfa rumo aos seus
desejos sórdidos.
Thaurus perde a batalha, mas parece estar vivo na guerra.
Já Kenzo dorme acompanhado.
**
Dia seguinte ocorre o funeral de Falut.
Após o funeral, o rei anão chama todos para seu salão e o
grupo define a recompensa pelo abate do Mal de Bjerg Dvellum. Além disso, eles
dividem entre si os espólios encontrados até ali e são guiados pela patrulha
anã até a saída do reino. O bárbaro, que vinha entendendo tudo o que era falado
pelos anões graças ao elmo mágico que o dava habilidade de entender a língua
estranha, teve que devolver o artefato antes de partir.
Valker não compareceu à partida e, ao que tudo indicava, a
conversa que ele teve com Eliphas era mais uma despedida do que outra coisa.
Os oito companheiros então rumam à saída da montanha. Após
algumas horas em caminhada ascendente dentro da cadeia montanhosa, eles se
deparam com outro lar de trogloditas. Este local tem no centro um enorme crânio
de dragão, que aparentemente não deixou o grupo admirado ou espantado. O grupo
atravessa o território inimigo sem enfrentar as criaturas e segue seu caminho. Mais
adiante, em uma bifurcação, descobrem que para a direita existem catacumbas e
para a esquerda, o caminho segue até uma estranha entrada feita de cristal.
A caverna, quente, é feita pela sobreposição de cristais. Quando
entraram, seguiram pelo labirinto que tinha, no seu centro, uma estranha e
grande pedra preciosa em formato oval. Zarah, habilidoso, oferece-se para
retirar a pedra do local inacessível enquanto Kenzo e Eliphas passam mal de
tanto calor. Ao retirá-la, entretanto, o local começou a se desfazer.
De volta da área dos cristais, Zarah e companhia seguem reto até que se deparam
com um portal de pedra. Thaurus, o escavador, derruba o obstáculo e todos se
veem do lado de fora de Bjerg Dvellum.
Do lado de fora, mas do lado errado. Do lado do mar.
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